sábado, 28 de março de 2009

BIBLIOGRAFIA DE FABÍOLA COLARES

Fabíola Colares,
por "Poetas Capixabas"










(http://www.poetas.capixabas.nom.br/Poetas/detail.asp?poeta=Fabíola%20Colares)

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Dados Biográficos:

Fabíola Colares nasceu em Minas Gerais, mas reside no Espírito Santo desde muito jovem, razão pela qual diz que tem "essência capixaba".

Busca constantemente a maturidade literária, galgando passo a passo os degraus da profissão com pacìência, persistência e muita sensibilidade.

É escritora, contista e poetisa.

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Obras:
"Linha Tênue - Amores diversos". poemas, 2004.

"Diário Erótico - suas histórias pelos meus contos", ilustrado por Attílio Colnago e prefaciado por Ernani Batista.

"A galinha de capoeira" - livro infantil, 2007, ilustrado por Milson Henriques, subsidiado pela Lei Rubem Braga, patrocinio da CST e Prefeitura Municipal de Vitória.

Participação no Varal de Poesias - Vagão Espaço Arte Restaurante Estação Primeira de Manguinhos -ES - setembro/2007


FONTE: http://www.recantodasletras.com.br/

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Poesias

VIDA NORMAL
Resolvi voltar a ser doce.
Não vou mais ler Hilda e serei a suportável.
Decidi voltar a ser sã.

Ao invés dos meus contos paupérrimos e dos meus poemas ridículos vou me inspirar nas parábolas bíblicas, casar-me com um moço honesto,entrar numa academia,ir ao salão aos sábados e assistir tv comendo pipoca ignorando a chuva.

Ahhhhhh vida normal! É tão bom tê-la concebido!
Vou à missa aos domingos usando salto e vestido.
Balzaqueana sorridente, escondendo as tatuagens.

Vou agir à brasileira, não percebendo a arte.
Maquiagens vou comprar e de amor quero sonhar apenas com as fotonovelas e os livros de Sabinaque vou comprar na banquinha da esquina.
Almoço familiar, encontro com amigas...

Vamos falar de coerências tomando suco de maracujá
usando muitas reticências trocando receitas de manjá.
Com uma vida perfeitinha, votarei nas eleições nos partidos de direita
E a partir de agora farei promessa: não comerei carne na Quaresma
e participarei de palestras pra controlar a bioenergética.

Acordei num sobressalto, com sensação de pesadelo.
Passei a mão pelo cabelo (estava desgrenhado).
Minha cama era só minha e na cabeceira meu livrinho de Hilda.
Acendi a luminária, puxei o camisão pra ver minhas mandalas.

A chuva cai lá fora impossível de ser ignorada.
Ufa! Foi um sonho!
Bom até para mim

Mas infelizmente não posso aceitar as regras vegetativas.
Sou de coração pulsante,
Não vejo mais as coisas como antes
E nem sempre o que é bom serve para mim.

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O INSUSTENTÁVEL PESO DE SER
Ali estava seu abraço em meu corpo Sozinha
E nada esperava que não fosse o fim da noite
Em casa

No calor do sol, que queimou as paredes do meu quarto
E reverteu tudo numa solidão quente.

Suada e sem nada mais que não fosse seus olhos na escuridão.
Seu cheiro que de mim nunca saiu
Voltou-me como uma lembrança
Do mesmo verão que te amei.

Do mesmo momento em que não mais te quis
Não era minha a sua estrada
Nem meus caminhos se cruzavam com os seus
E nada além do que possa ser

Deixa de estar nos instantes que compartilho meu amor
De tê-la, detendo você novamente ao meu lado.
Tenha medo do que não quero mais.

Quero-te apenas como ser
E sou o que esperas de mim
Para os mesmos momentos em que reciso de você
Amar-te nunca foi sacrifício.

Desejar-te nunca foi inesperado
Tive em meus sonhos as sua companhia
E acordei sozinha
Suada.
Trêmula.
Esperando que não fosse sonho

O pesadelo
Do insustentável peso de ser eu.

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